segunda-feira, agosto 29, 2005

Fazia-se insensível para enganar o coração, embora, às vezes, ele se rebelasse. E sabia que era necessário.
Você é uma pessoa comum, agora. Co-mum. Co-mum. Co-mum. Repetia pra si mesma, todos os dias.
Quinze dias... quantos mais, ainda?

sábado, agosto 27, 2005

Dormiu bem, mas teve um sonho tumultuado. Uma perseguição. Um louco queria lhe dar uma injeção letal. Ela fugia, corria, mas o rapaz sempre a alcançava. E ninguém a ajudava, parecia que aqueles tantos conhecidos nem a viam. Por fim, ela teve de defender-se sozinha. Por uma manobra divina, o rapaz acabou acertando a injeção em sua própria barriga. Morreu na hora.
Acordou. Do quarto ouvia o som de Enya que sua mãe pusera na sala. Músicas calmas, porém tristes. Viajou longe, longe. Um misto de sentimentos. Demorou a se levantar. Foi até o banheiro, ainda ao som de Enya, e enquanto lavava o rosto, pensava em seu futuro. Futuro? Que futuro?
Percebeu que tê-lo num vislumbre e não poder alcançá-lo não era de todo ruim. Ruim mesmo era não ter qualquer vislumbre. Tudo o que tinha era o presente, e nada mais. Dura realidade.
Parou. Chega de pensar. Foi até a sala, trocou o CD. Preferia mil vezes a singeleza das crianças traduzida naquele som infantil. Muito, muito o que aprender. Viver o hoje. O inflexível hoje.

sexta-feira, agosto 26, 2005

quinta-feira, agosto 18, 2005

Fragmentos

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Deixarei de ser analfabeta, finalmente. Terça começo no inglês. Será que tenho o dom de línguas? Veremos. Caso afirmativo, dá até pra arriscar o italiano, mais pra frente.

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Quero viajarrrrrrrrr! Mas com quem? Perdi minha companheira. Só se eu me tornar uma mochileira, que tal? Hummm... sozinha é muito chato.

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Não estou nada confiante. Acho que nem conseguirei ver todo o conteúdo até o final do ano. Mas não vou desistir. Irei até o fim. Tenho aprendido preciosas lições de perseverança, em muitos aspectos.

domingo, agosto 14, 2005

Incompreensões

Não compreendia. Era um gelo que doía profundamente. E um silêncio cortante.
Ah, o silêncio... nunca conseguira ouvir o que ele tinha a dizer. Odiava-o, apesar de ser uma pessoa calada. Sim, era quieta. Ausência de sons? Ah, essa sim, era bem-vinda, muitas vezes. Mas a ausência da voz do coração, nunca!
E quanto mais tentava, pior ficava.

quinta-feira, agosto 11, 2005

Diálogo

- Ei, você é inteligente, tem talento, sabe fazer um bocado de coisas.
Ele logo deu a resposta certeira:
- Talento eu até tenho, só não sei como ganhar dinheiro com ele.

domingo, agosto 07, 2005

Eu disse "nervosa"? Calma, mui calma. Sou uma contradição. Tenho duas vidas e um viver. Isso explica, né?

;)

sexta-feira, agosto 05, 2005

Deixando de lado as regras gramaticais [será?] e as de bom comportamento,
Me dá um abraço?
Ai...

Eu estou nervosa.
Não, não!
Eu sou nervosa.

terça-feira, agosto 02, 2005

Sopro

A caminho do consultório médico, passaria numa lojinha do centro, comprar uns CD's. Seguia tranqüilamente. Trânsito lento, mas não tinha pressa. Pelo menos não naquele dia. Preocupava-se apenas em encontrar uma vaga para estacionar. Sempre evitava balizas. Guardas de trânsito indicavam um desvio. Isso explicava a lentidão. Via apenas um aglomerado de pessoas, próximo à sua loja-destino. Deu a volta. Estacionou. Caminhava e ouvia os comentários. Ocorrera um assalto e assassinato. Não via nada, o corpo já tinha sido levado. Observava as pessoas, sem diminuir nem apressar os passos. Não perguntava nada. Entrou, comprou, saiu. Caminhava pensando no ocorrido. Via uma senhora, amparada por um policial, que chorava muito, soluçava. Continuava seu caminho, com uma dor no peito e uma forte certeza de que o ser humano não passa de um sopro. Frágil. Desprotegido. Carente de algo mais.
E aquele homem morrera na Rua da Boa Morte. Boa?