quinta-feira, junho 28, 2007

Detalhes

Tá legal, eu confesso. Toda vez que coloco uma blusa preta, me lembro de você. Branca também, obviamente. Hehe. E aqueles brinquinhos. Aqueles, sabe?

:P

quinta-feira, junho 21, 2007

Observações

Sou observadora. Talvez nem tanto com relação à coisas físicas. Pra algumas coisas, sou até mesmo desligada. Observo situações, fatos, palavras, atos. Observo muito bem. Pode ser que eu não repare se você mudar a cor do cabelo. Mas, se você me disser algo (que eu considere relevante) e agir de outra forma, podes crer, eu vou perceber.

segunda-feira, junho 18, 2007

Impressões

Tantos anos de convivência e eu me dei conta de que sabia pouco ou nada da vida da minha mãe. O que quero dizer é que ela nunca foi de contar sobre sua infância, adolescência, seus pais (adotivos), enfim, sua vida antes de se casar com meu pai. A única coisa que eu sabia é que ela tinha um radiozinho que era seu companheiro inseparável, e sabia de cor todas as músicas do Roberto Carlos. Também me lembro de ouvir algo sobre ela ter sido uma moleca, que gostava de subir em árvores.
Esses dias, porém, me lembrei de minha falecida avó, das impressões que tinha dela, e um tanto de perguntas vieram à minha mente. Minha mãe, que nunca me contou suas histórias, passou a responder minhas perguntas todas, enquanto almoçávamos. Pude ver seu olhar de tristeza. Ela não teve a sorte que eu tive. Não teve as chances que eu tive. Não teve nada do que qualquer criança merecia. No entanto, ela se transformou em uma mãe maravilhosa. Deus foi muito bom comigo.

quinta-feira, junho 14, 2007

...

Palavras e atitudes.
Palavras e atitudes.
Palavras e atitudes.
Palavras e atitudes.
Palavras e atitudes.

Não sei porque me lembrei disso hoje.

domingo, junho 10, 2007

...

Aquele canto era diferente de tudo o que eu já ouvira, e senti o cabelo eriçar-se em minha nuca, como se José me fizesse cócegas com um talo de capim. Ao virar-me para repreendê-lo, no entanto, vi que ele estava longe, sentado ao lado de nosso pai, os olhos brilhantes, fixos nas cantoras. Elas cantavam as palavras em uníssono, mas, de alguma forma, criavam uma teia de sons com suas vozes. Era como ouvir um pedaço de tecido tramado com todas as cores do arco-íris. Eu não imaginava que a voz humana fosse capaz de produzir tanta beleza. Nunca ouvira harmonia antes.
(...) Fechei os olhos. As mulheres cantavam como pássaros, só que com mais suavidade. Suas vozes soavam como o vento nas árvores, só que mais alto. Ou como o murmúrio das águas do rio, só que com significado. Então, cessaram as palavras e elas começaram a cantar emitindo sons que não faziam sentido algum mas ainda assim expressavam alegria, prazer, saudade, paz. "Lu, lu, lu", cantavam elas.

[A Tenda Vermelha - Anita Diamant]