Mas ele era um protagonista implacável da vida. Bastava o tropeço de um dúvida para que ele empurrasse o prato na mesa, dizendo: "Esta comida foi feita sem amor." Nesse sentido chegava a rasgos fantásticos de inspiração. Certa vez, mal provou uma tisana de camomila devolveu-a com uma única frase: "Esta droga está com gosto de janela". Tanto ela quanto as criadas se espantaram, pois ninguém sabia de alguém que tivesse bebido uma janela fervida, mas quando provaram a tisana procurando entender, entenderam: tinha gosto de janela.
(O amor nos tempos do cólera. Gabriel García Márquez)
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