Tudo o que Lava faz é intenso. Quando come, ele suspira. Quando se sente solitário, geme. Quando está cansado, deita-se e, em poucos segundos, já está roncando. Quando quer brincar, fica saltando diante de você, morde os laços de seus coturnos, não se aquieta, não pede desculpas; simplesmente usa tudo o que pode para atrair a atenção.
Mas eu não estou com vontade brincar. Fico sentado no chão e o puxo para o meu colo, onde ele rola de barriga para cima com as patas para o ar. É morno ali. E bate muito sol. Então, fico sentado, esfregando a barriguinha dele enquanto ele estica as patas para o alto, e pensando o que será dele se eu morrer. (...)
O Iraque tem nuvens incríveis. Quando a gente senta no meio do deserto e olha para cima, é como se estivesse num quadro. É bonito demais para ser verdade, por isso eu viro Lava de cabeça para cima e aponto para o céu. Ele acompanha meu gesto olhando para o branco e o azul do céu.
"Escolha sua nuvem, amiguinho. Escolha sua nuvem."
(De Bagdá, com muito amor. Jay Kopelman)
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