Por quê?
Porque algumas coisas simplesmente incomodam. Pensava que era só pra ela. Pensava errado, claro.
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OS CÓDIGOS SECRETOS DO AMOR
18 de novembro de 2002
Todo casal tem seus códigos secretos. Apelidos que só os dois conhecem. Carinhos que só trocam um com o outro. Brincadeiras que fazem entre si e que não possuem significado algum.
Por exemplo: cada vez que a Bia espirra, o seu namorado beija cada pontinha dos dedos da mão direita dela. Pra dar sorte, pra fazer graça, sabe-se lá. E ela o chama de Johnny. Para ela, o Emerson é Johnny, sem explicação alguma. Ela só o chama assim quando estão a sós, lógico. Frescurinhas íntimas e particulares.
Aí a Bia e o Emerson marcam um encontro num bar. Chove à beça. Emerson perde o ônibus, se atrasa. Quando chega, encontra Bia animada conversando com um casal que ele nunca viu antes. Bia está de costas para ele, não o vê chegar. Ele vai se aproximando devagar, meio sem jeito. Quando se aproxima da mesa, ouve Bia dizendo para aquele completo estranho: Johnny, pede outro chope pra mim?
JOHNNY! Será que ele ouviu direito? Ela chamou outro cara de Jonhnny! Calma, calma. Deve ser o nome dele mesmo. Hora de tirar isso a limpo.
- Oi, amor, como você se atrasou. Ainda bem que encontrei esses meus amigos, deixa eu apresentá-los pra você. Este é o Ricardo, e esta é a namorada dele.
Ela chamou um Ricardo qualquer de Johnny. É o fim. Ela deve chamar todos os amigos de Johnny, todos os ex-namorados, todos os primos, todos os vizinhos!
Emerson nem senta. Dá meia volta. Bia vai atrás dele, e a namorada do Ricardo vai junto, tentam trazê-lo de volta. Estão todos na calçada, molhados, Emerson se recusa a voltar. A chuva aperta. A namorada do Ricardo, então, espirra. E Emerson beija cada pontinha dos dedos da mão direita da menina que ele nunca viu na vida. Sempre fez isso. Todos acham esquisito, mas era a maneira carinhosa com que a mãe dele dizia “saúde” quando os filhos eram crianças, e desde então ele não consegue largar esta mania.
Bia chora. Emerson vai embora. E a namorada do tal Ricardo volta pra mesa e desmancha o namoro. Apaixonou-se por outro. O amor é viciado em detalhes.
(Martha Medeiros)
Sensações, sorrisos, lágrimas, lembranças, momentos, detalhes, observações... palavras.
sábado, outubro 29, 2005
quarta-feira, outubro 26, 2005
Brisa da memória
À noite, antes de dormir, desceu para beber água. Sua mãe lhe pediu que levasse os cachorrinhos na calçada. Toda noite, antes de fechar o portão com todas as chaves, seu pai os levava, já estavam acostumados. Gostavam de ver o movimento e fazer xixi pelas paredes. Meio a contragosto, ela foi. Estava de pijama, não podia pisar além da linha do portão. Mas sentiu a brisa agradável da noite. Que coisa boa! Há quanto tempo não tinha uns minutos assim, pra sentir o ventinho, olhar para o céu, pensar em nada. Que noite gostosa pra puxar uma cadeira e sentar na calçada. Sim, houve um tempo em que as pessoas faziam isso. Quando a rua virava casa. Creio que ainda exista quem faz. Olhou ao redor, havia algumas pessoas batendo papo no vizinho de cima. Do outro lado da rua, mais pra cima, um solitário, em sua calçada, dedilhava o violão. Fechou os olhos e lembrou de sua infância, sem saber exatamente o por quê.
À noite, antes de dormir, desceu para beber água. Sua mãe lhe pediu que levasse os cachorrinhos na calçada. Toda noite, antes de fechar o portão com todas as chaves, seu pai os levava, já estavam acostumados. Gostavam de ver o movimento e fazer xixi pelas paredes. Meio a contragosto, ela foi. Estava de pijama, não podia pisar além da linha do portão. Mas sentiu a brisa agradável da noite. Que coisa boa! Há quanto tempo não tinha uns minutos assim, pra sentir o ventinho, olhar para o céu, pensar em nada. Que noite gostosa pra puxar uma cadeira e sentar na calçada. Sim, houve um tempo em que as pessoas faziam isso. Quando a rua virava casa. Creio que ainda exista quem faz. Olhou ao redor, havia algumas pessoas batendo papo no vizinho de cima. Do outro lado da rua, mais pra cima, um solitário, em sua calçada, dedilhava o violão. Fechou os olhos e lembrou de sua infância, sem saber exatamente o por quê.
terça-feira, outubro 25, 2005
Remember me
Ontem vi Sweet November na TV. Já estava preparada para o triste final, pois já havia assistido antes. Seria bom se na vida sempre estivéssemos preparados para os finais nem sempre felizes, né?
Recordo-me bem da última frase de Sara, antes de partir. Remember me (lembre-se de mim). Talvez nem isso eu possa pedir...
Ontem vi Sweet November na TV. Já estava preparada para o triste final, pois já havia assistido antes. Seria bom se na vida sempre estivéssemos preparados para os finais nem sempre felizes, né?
Recordo-me bem da última frase de Sara, antes de partir. Remember me (lembre-se de mim). Talvez nem isso eu possa pedir...
quinta-feira, outubro 20, 2005
Tentativas e fracassos
Dá até pra tentar enganar. E ela realmente esforçava-se. Veja, você está conseguindo, que maravilha. Nem se abala tanto, que auto-controle! Já nem tem tanta importância. - dizia pra si mesma. Mas eis que existe o tal do termômetro, bichinho chato que insiste em dizer a verdade na cara. E gostava de fazer isso quando ela menos esperava. Malvado! O menor sinal de presença, um único nome lido, fazia o coração disparar. Era o tal termômetro avisando que era tudo mentira. Sua boba, pensou mesmo que seria assim tão fácil?! Tsc...
Dá até pra tentar enganar. E ela realmente esforçava-se. Veja, você está conseguindo, que maravilha. Nem se abala tanto, que auto-controle! Já nem tem tanta importância. - dizia pra si mesma. Mas eis que existe o tal do termômetro, bichinho chato que insiste em dizer a verdade na cara. E gostava de fazer isso quando ela menos esperava. Malvado! O menor sinal de presença, um único nome lido, fazia o coração disparar. Era o tal termômetro avisando que era tudo mentira. Sua boba, pensou mesmo que seria assim tão fácil?! Tsc...
quarta-feira, outubro 19, 2005
Hoje uso as palavras dela, de tão perfeitas que são:
Vê que lindo castelo de areia ela construiu.
Esmerou-se em cuidados para deixá-lo assim tão belo.
Desejou cada uma de suas paredes,
que construiu com mãos delicadas.
Até plantou um jardim em volta dele.
Vê agora, depois da tempestade.
Não restou castelo, não restou nada.
Era tão lindo que ela esqueceu que era apenas um castelo de areia.
Vê que lindo castelo de areia ela construiu.
Esmerou-se em cuidados para deixá-lo assim tão belo.
Desejou cada uma de suas paredes,
que construiu com mãos delicadas.
Até plantou um jardim em volta dele.
Vê agora, depois da tempestade.
Não restou castelo, não restou nada.
Era tão lindo que ela esqueceu que era apenas um castelo de areia.
sábado, outubro 15, 2005
Quando a gente fica muito tempo esperando pra ser atendida num consultório médico, presencia algumas cenas e conversas interessantes. Pena que minha memória anda fraca. Já esqueci o que observei. Memória boa só pra coisas internas. Coisa mais chata.
Palavrinhas do dia [de ontem]:
Médico. Endoscopia. [Des]encontros. Estúdio. Vitrines. Trabalho. Músicas. Cantoria. E o desejo de voltar no tempo, por uns momentos.
Palavrinhas do dia [de ontem]:
Médico. Endoscopia. [Des]encontros. Estúdio. Vitrines. Trabalho. Músicas. Cantoria. E o desejo de voltar no tempo, por uns momentos.
quinta-feira, outubro 13, 2005
Diálogo [?]
- Penso que estou sendo ignorada de propósito. O que você acha?
- ...
- As razões? Bom, já pensei muito, mas de todas as hipóteses, nenhuma me pareceu justificável ou lógica. O que você acha?
- ...
- Pensei que seríamos amigos para sempre. O que será que eu fiz de errado? O que você acha?
- ...
- Ei, o gato comeu sua língua? Ou o coração...
- Penso que estou sendo ignorada de propósito. O que você acha?
- ...
- As razões? Bom, já pensei muito, mas de todas as hipóteses, nenhuma me pareceu justificável ou lógica. O que você acha?
- ...
- Pensei que seríamos amigos para sempre. O que será que eu fiz de errado? O que você acha?
- ...
- Ei, o gato comeu sua língua? Ou o coração...
quarta-feira, outubro 12, 2005
Vidas e papéis
Às vezes a gente pode se sentir como um papel velho, todo escrito, que foi lido, amassado e jogado no lixo. Em outros momentos parece que somos uma folha branquinha, pronta pra uma nova história. E quando o papel velho gruda na folha branca e forma um borrão que nem mesmo a gente consegue se ler?
Às vezes a gente pode se sentir como um papel velho, todo escrito, que foi lido, amassado e jogado no lixo. Em outros momentos parece que somos uma folha branquinha, pronta pra uma nova história. E quando o papel velho gruda na folha branca e forma um borrão que nem mesmo a gente consegue se ler?
segunda-feira, outubro 10, 2005
sexta-feira, outubro 07, 2005
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