Li, gostei e trouxe um pedaço do post dela pra cá:
Dia 24 agora, meus pais completam 30 anos de casados, e até hoje, todos os dias, meu pai ao acordar diz pra minha mãe que ele a ama. Eles são as únicas pessoas no mundo que me fazem acreditar que o amor entre um homem e uma mulher realmente existe. Confesso que sinto uma certa invejinha da mamãe...
Meu pai não é perfeito. Na verdade ele é bem rude às vezes. Mas sempre desejei alguém que me amasse como ele ama minha mãe. É doido por ela e não esconde isso de ninguém. Faz carinho, beija, abraça, e diz eu te amo com sentimento, não só da boca pra fora. Mas como umas amigas dele diziam, minha avó fez e jogou a forma fora... Acho que não existem mais homens assim...
Sensações, sorrisos, lágrimas, lembranças, momentos, detalhes, observações... palavras.
terça-feira, dezembro 27, 2005
sexta-feira, dezembro 16, 2005
Impressões
Era sua nova rotina esperar o ônibus na plataforma de embarque da rodoviária. Ele encostava no horário de partida, o próprio motorista cobrava as passagens, poucos embarcavam. E então partia.
Enquanto esperava, num dia desses, um ônibus vindo de Goiânia parou para o desembarque na plataforma ao lado. Algumas pessoas esperavam, ansiosas. Os passageiros começaram a descer, alguns com rostos cansados, outros com sorrisos estampados ao verem seus queridos os esperando. Abraços daqui, cumprimentos de lá, despedidas dos amigos de viagem. No meio do tumulto, uma moça encontrou seu par. Ele a aguardava com ansiedade. Parecia que ela estivera longe há tempos. O abraço foi apertado e demorado. Um misto de felicidade e prazer em matar a velha e cruel saudade. E assim foram-se, abraçados, como se quisessem garantir que nada mais os separaria.
Era sua nova rotina esperar o ônibus na plataforma de embarque da rodoviária. Ele encostava no horário de partida, o próprio motorista cobrava as passagens, poucos embarcavam. E então partia.
Enquanto esperava, num dia desses, um ônibus vindo de Goiânia parou para o desembarque na plataforma ao lado. Algumas pessoas esperavam, ansiosas. Os passageiros começaram a descer, alguns com rostos cansados, outros com sorrisos estampados ao verem seus queridos os esperando. Abraços daqui, cumprimentos de lá, despedidas dos amigos de viagem. No meio do tumulto, uma moça encontrou seu par. Ele a aguardava com ansiedade. Parecia que ela estivera longe há tempos. O abraço foi apertado e demorado. Um misto de felicidade e prazer em matar a velha e cruel saudade. E assim foram-se, abraçados, como se quisessem garantir que nada mais os separaria.
terça-feira, dezembro 06, 2005
Alone
Por vezes tinha vontade de ir correndo lhe dar um abraço e dizer: está tudo bem, você não está só. Mas não podia. Sabia que o sentir-se só era apenas um momento que logo passaria e sua falta jamais seria sentida. Talvez funcionasse como um consolo... Por uns momentos eu fiz falta. Mesmo sem saber se realmente o fez.
Por vezes tinha vontade de ir correndo lhe dar um abraço e dizer: está tudo bem, você não está só. Mas não podia. Sabia que o sentir-se só era apenas um momento que logo passaria e sua falta jamais seria sentida. Talvez funcionasse como um consolo... Por uns momentos eu fiz falta. Mesmo sem saber se realmente o fez.
domingo, dezembro 04, 2005
"Enquanto observava a partida dos garotos, lembrou-se da primeira vez em que tinha visto Richard como técnico. Ele falava com os meninos como se fosse da idade deles, em linguagem que eles entendiam, e eles o amavam por isso. Foi o dia em que comecei a me apaixonar por ele."
(Diane Stevens em: "Quem tem medo de escuro?" - Sidney Sheldon)
(Diane Stevens em: "Quem tem medo de escuro?" - Sidney Sheldon)
terça-feira, novembro 29, 2005
segunda-feira, novembro 21, 2005
quinta-feira, novembro 17, 2005
segunda-feira, novembro 14, 2005
quinta-feira, novembro 10, 2005
segunda-feira, novembro 07, 2005
Vácuo
Acostumara-se com o vácuo. Mas sempre havia uma pontinha de esperança. Não conseguira aprender a lição que tanto uma amiga lhe ensinara, amiga de pouca idade, sim, mas bastante sábia: Espere sempre o pior das pessoas, assim você não se decepciona quando algo ruim acontece, ou mesmo na ausência de algo que você esperava. E quando acontece uma coisa boa a surpresa é sempre agradável, porque você não esperava.
Talvez pelo fato da palavra esperança sempre acompanhar sua vida, não conseguira aprender a lição por completo. Na verdade, nem dez por cento dela. Acostumara-se apenas. Um costume desacostumado.
Acostumara-se com o vácuo. Mas sempre havia uma pontinha de esperança. Não conseguira aprender a lição que tanto uma amiga lhe ensinara, amiga de pouca idade, sim, mas bastante sábia: Espere sempre o pior das pessoas, assim você não se decepciona quando algo ruim acontece, ou mesmo na ausência de algo que você esperava. E quando acontece uma coisa boa a surpresa é sempre agradável, porque você não esperava.
Talvez pelo fato da palavra esperança sempre acompanhar sua vida, não conseguira aprender a lição por completo. Na verdade, nem dez por cento dela. Acostumara-se apenas. Um costume desacostumado.
quinta-feira, novembro 03, 2005
Primavera
E de repente ela se deu conta de que nasceu na primavera. É sua estação preferida! Ama ver as ruas todas coloridas, enfeitadas pela beleza das árvores floridas. Flores, cores, natureza... colírio para os olhos. A vida agradece. E ainda há quem diga que as árvores sujam as calçadas. Tsc. Pois me diga, existe coisa mais bonita do que uma calçada vestida de um delicado tapete de flores, que as árvores deixam cair para nossa contemplação? Só lamenta ver pouco, por ficar o dia todo dentro de uma sala, na frente de um computador.
E de repente ela se deu conta de que nasceu na primavera. É sua estação preferida! Ama ver as ruas todas coloridas, enfeitadas pela beleza das árvores floridas. Flores, cores, natureza... colírio para os olhos. A vida agradece. E ainda há quem diga que as árvores sujam as calçadas. Tsc. Pois me diga, existe coisa mais bonita do que uma calçada vestida de um delicado tapete de flores, que as árvores deixam cair para nossa contemplação? Só lamenta ver pouco, por ficar o dia todo dentro de uma sala, na frente de um computador.
sábado, outubro 29, 2005
Por quê?
Porque algumas coisas simplesmente incomodam. Pensava que era só pra ela. Pensava errado, claro.
:::
OS CÓDIGOS SECRETOS DO AMOR
18 de novembro de 2002
Todo casal tem seus códigos secretos. Apelidos que só os dois conhecem. Carinhos que só trocam um com o outro. Brincadeiras que fazem entre si e que não possuem significado algum.
Por exemplo: cada vez que a Bia espirra, o seu namorado beija cada pontinha dos dedos da mão direita dela. Pra dar sorte, pra fazer graça, sabe-se lá. E ela o chama de Johnny. Para ela, o Emerson é Johnny, sem explicação alguma. Ela só o chama assim quando estão a sós, lógico. Frescurinhas íntimas e particulares.
Aí a Bia e o Emerson marcam um encontro num bar. Chove à beça. Emerson perde o ônibus, se atrasa. Quando chega, encontra Bia animada conversando com um casal que ele nunca viu antes. Bia está de costas para ele, não o vê chegar. Ele vai se aproximando devagar, meio sem jeito. Quando se aproxima da mesa, ouve Bia dizendo para aquele completo estranho: Johnny, pede outro chope pra mim?
JOHNNY! Será que ele ouviu direito? Ela chamou outro cara de Jonhnny! Calma, calma. Deve ser o nome dele mesmo. Hora de tirar isso a limpo.
- Oi, amor, como você se atrasou. Ainda bem que encontrei esses meus amigos, deixa eu apresentá-los pra você. Este é o Ricardo, e esta é a namorada dele.
Ela chamou um Ricardo qualquer de Johnny. É o fim. Ela deve chamar todos os amigos de Johnny, todos os ex-namorados, todos os primos, todos os vizinhos!
Emerson nem senta. Dá meia volta. Bia vai atrás dele, e a namorada do Ricardo vai junto, tentam trazê-lo de volta. Estão todos na calçada, molhados, Emerson se recusa a voltar. A chuva aperta. A namorada do Ricardo, então, espirra. E Emerson beija cada pontinha dos dedos da mão direita da menina que ele nunca viu na vida. Sempre fez isso. Todos acham esquisito, mas era a maneira carinhosa com que a mãe dele dizia “saúde” quando os filhos eram crianças, e desde então ele não consegue largar esta mania.
Bia chora. Emerson vai embora. E a namorada do tal Ricardo volta pra mesa e desmancha o namoro. Apaixonou-se por outro. O amor é viciado em detalhes.
(Martha Medeiros)
Porque algumas coisas simplesmente incomodam. Pensava que era só pra ela. Pensava errado, claro.
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OS CÓDIGOS SECRETOS DO AMOR
18 de novembro de 2002
Todo casal tem seus códigos secretos. Apelidos que só os dois conhecem. Carinhos que só trocam um com o outro. Brincadeiras que fazem entre si e que não possuem significado algum.
Por exemplo: cada vez que a Bia espirra, o seu namorado beija cada pontinha dos dedos da mão direita dela. Pra dar sorte, pra fazer graça, sabe-se lá. E ela o chama de Johnny. Para ela, o Emerson é Johnny, sem explicação alguma. Ela só o chama assim quando estão a sós, lógico. Frescurinhas íntimas e particulares.
Aí a Bia e o Emerson marcam um encontro num bar. Chove à beça. Emerson perde o ônibus, se atrasa. Quando chega, encontra Bia animada conversando com um casal que ele nunca viu antes. Bia está de costas para ele, não o vê chegar. Ele vai se aproximando devagar, meio sem jeito. Quando se aproxima da mesa, ouve Bia dizendo para aquele completo estranho: Johnny, pede outro chope pra mim?
JOHNNY! Será que ele ouviu direito? Ela chamou outro cara de Jonhnny! Calma, calma. Deve ser o nome dele mesmo. Hora de tirar isso a limpo.
- Oi, amor, como você se atrasou. Ainda bem que encontrei esses meus amigos, deixa eu apresentá-los pra você. Este é o Ricardo, e esta é a namorada dele.
Ela chamou um Ricardo qualquer de Johnny. É o fim. Ela deve chamar todos os amigos de Johnny, todos os ex-namorados, todos os primos, todos os vizinhos!
Emerson nem senta. Dá meia volta. Bia vai atrás dele, e a namorada do Ricardo vai junto, tentam trazê-lo de volta. Estão todos na calçada, molhados, Emerson se recusa a voltar. A chuva aperta. A namorada do Ricardo, então, espirra. E Emerson beija cada pontinha dos dedos da mão direita da menina que ele nunca viu na vida. Sempre fez isso. Todos acham esquisito, mas era a maneira carinhosa com que a mãe dele dizia “saúde” quando os filhos eram crianças, e desde então ele não consegue largar esta mania.
Bia chora. Emerson vai embora. E a namorada do tal Ricardo volta pra mesa e desmancha o namoro. Apaixonou-se por outro. O amor é viciado em detalhes.
(Martha Medeiros)
quarta-feira, outubro 26, 2005
Brisa da memória
À noite, antes de dormir, desceu para beber água. Sua mãe lhe pediu que levasse os cachorrinhos na calçada. Toda noite, antes de fechar o portão com todas as chaves, seu pai os levava, já estavam acostumados. Gostavam de ver o movimento e fazer xixi pelas paredes. Meio a contragosto, ela foi. Estava de pijama, não podia pisar além da linha do portão. Mas sentiu a brisa agradável da noite. Que coisa boa! Há quanto tempo não tinha uns minutos assim, pra sentir o ventinho, olhar para o céu, pensar em nada. Que noite gostosa pra puxar uma cadeira e sentar na calçada. Sim, houve um tempo em que as pessoas faziam isso. Quando a rua virava casa. Creio que ainda exista quem faz. Olhou ao redor, havia algumas pessoas batendo papo no vizinho de cima. Do outro lado da rua, mais pra cima, um solitário, em sua calçada, dedilhava o violão. Fechou os olhos e lembrou de sua infância, sem saber exatamente o por quê.
À noite, antes de dormir, desceu para beber água. Sua mãe lhe pediu que levasse os cachorrinhos na calçada. Toda noite, antes de fechar o portão com todas as chaves, seu pai os levava, já estavam acostumados. Gostavam de ver o movimento e fazer xixi pelas paredes. Meio a contragosto, ela foi. Estava de pijama, não podia pisar além da linha do portão. Mas sentiu a brisa agradável da noite. Que coisa boa! Há quanto tempo não tinha uns minutos assim, pra sentir o ventinho, olhar para o céu, pensar em nada. Que noite gostosa pra puxar uma cadeira e sentar na calçada. Sim, houve um tempo em que as pessoas faziam isso. Quando a rua virava casa. Creio que ainda exista quem faz. Olhou ao redor, havia algumas pessoas batendo papo no vizinho de cima. Do outro lado da rua, mais pra cima, um solitário, em sua calçada, dedilhava o violão. Fechou os olhos e lembrou de sua infância, sem saber exatamente o por quê.
terça-feira, outubro 25, 2005
Remember me
Ontem vi Sweet November na TV. Já estava preparada para o triste final, pois já havia assistido antes. Seria bom se na vida sempre estivéssemos preparados para os finais nem sempre felizes, né?
Recordo-me bem da última frase de Sara, antes de partir. Remember me (lembre-se de mim). Talvez nem isso eu possa pedir...
Ontem vi Sweet November na TV. Já estava preparada para o triste final, pois já havia assistido antes. Seria bom se na vida sempre estivéssemos preparados para os finais nem sempre felizes, né?
Recordo-me bem da última frase de Sara, antes de partir. Remember me (lembre-se de mim). Talvez nem isso eu possa pedir...
quinta-feira, outubro 20, 2005
Tentativas e fracassos
Dá até pra tentar enganar. E ela realmente esforçava-se. Veja, você está conseguindo, que maravilha. Nem se abala tanto, que auto-controle! Já nem tem tanta importância. - dizia pra si mesma. Mas eis que existe o tal do termômetro, bichinho chato que insiste em dizer a verdade na cara. E gostava de fazer isso quando ela menos esperava. Malvado! O menor sinal de presença, um único nome lido, fazia o coração disparar. Era o tal termômetro avisando que era tudo mentira. Sua boba, pensou mesmo que seria assim tão fácil?! Tsc...
Dá até pra tentar enganar. E ela realmente esforçava-se. Veja, você está conseguindo, que maravilha. Nem se abala tanto, que auto-controle! Já nem tem tanta importância. - dizia pra si mesma. Mas eis que existe o tal do termômetro, bichinho chato que insiste em dizer a verdade na cara. E gostava de fazer isso quando ela menos esperava. Malvado! O menor sinal de presença, um único nome lido, fazia o coração disparar. Era o tal termômetro avisando que era tudo mentira. Sua boba, pensou mesmo que seria assim tão fácil?! Tsc...
quarta-feira, outubro 19, 2005
Hoje uso as palavras dela, de tão perfeitas que são:
Vê que lindo castelo de areia ela construiu.
Esmerou-se em cuidados para deixá-lo assim tão belo.
Desejou cada uma de suas paredes,
que construiu com mãos delicadas.
Até plantou um jardim em volta dele.
Vê agora, depois da tempestade.
Não restou castelo, não restou nada.
Era tão lindo que ela esqueceu que era apenas um castelo de areia.
Vê que lindo castelo de areia ela construiu.
Esmerou-se em cuidados para deixá-lo assim tão belo.
Desejou cada uma de suas paredes,
que construiu com mãos delicadas.
Até plantou um jardim em volta dele.
Vê agora, depois da tempestade.
Não restou castelo, não restou nada.
Era tão lindo que ela esqueceu que era apenas um castelo de areia.
sábado, outubro 15, 2005
Quando a gente fica muito tempo esperando pra ser atendida num consultório médico, presencia algumas cenas e conversas interessantes. Pena que minha memória anda fraca. Já esqueci o que observei. Memória boa só pra coisas internas. Coisa mais chata.
Palavrinhas do dia [de ontem]:
Médico. Endoscopia. [Des]encontros. Estúdio. Vitrines. Trabalho. Músicas. Cantoria. E o desejo de voltar no tempo, por uns momentos.
Palavrinhas do dia [de ontem]:
Médico. Endoscopia. [Des]encontros. Estúdio. Vitrines. Trabalho. Músicas. Cantoria. E o desejo de voltar no tempo, por uns momentos.
quinta-feira, outubro 13, 2005
Diálogo [?]
- Penso que estou sendo ignorada de propósito. O que você acha?
- ...
- As razões? Bom, já pensei muito, mas de todas as hipóteses, nenhuma me pareceu justificável ou lógica. O que você acha?
- ...
- Pensei que seríamos amigos para sempre. O que será que eu fiz de errado? O que você acha?
- ...
- Ei, o gato comeu sua língua? Ou o coração...
- Penso que estou sendo ignorada de propósito. O que você acha?
- ...
- As razões? Bom, já pensei muito, mas de todas as hipóteses, nenhuma me pareceu justificável ou lógica. O que você acha?
- ...
- Pensei que seríamos amigos para sempre. O que será que eu fiz de errado? O que você acha?
- ...
- Ei, o gato comeu sua língua? Ou o coração...
quarta-feira, outubro 12, 2005
Vidas e papéis
Às vezes a gente pode se sentir como um papel velho, todo escrito, que foi lido, amassado e jogado no lixo. Em outros momentos parece que somos uma folha branquinha, pronta pra uma nova história. E quando o papel velho gruda na folha branca e forma um borrão que nem mesmo a gente consegue se ler?
Às vezes a gente pode se sentir como um papel velho, todo escrito, que foi lido, amassado e jogado no lixo. Em outros momentos parece que somos uma folha branquinha, pronta pra uma nova história. E quando o papel velho gruda na folha branca e forma um borrão que nem mesmo a gente consegue se ler?
segunda-feira, outubro 10, 2005
sexta-feira, outubro 07, 2005
segunda-feira, outubro 03, 2005
quinta-feira, setembro 29, 2005
Cartas
Relendo cartinhas esses dias. Interessante. Numa delas estava escrito algo que define bem o que eu gostaria de dizer:
Voltando à história das cartas. Parece que quando a gente relê, percebe algo mais, as entrelinhas; a noção de continuidade e temporalidade fica mais acesa.
Bingo! A gente percebe também que alguns medos cruelmente concretizaram-se. Buuuuuh!
Relendo cartinhas esses dias. Interessante. Numa delas estava escrito algo que define bem o que eu gostaria de dizer:
Voltando à história das cartas. Parece que quando a gente relê, percebe algo mais, as entrelinhas; a noção de continuidade e temporalidade fica mais acesa.
Bingo! A gente percebe também que alguns medos cruelmente concretizaram-se. Buuuuuh!
domingo, setembro 25, 2005
quarta-feira, setembro 21, 2005
Sonhos
Notara que seus sonhos eram sempre interrompidos. Sempre que os tinha, daquele tipo, o propósito da história nunca era completo. Não alcançava seu objetivo. O mais simples acontecimento era impedido por milhões de pequenas circunstâncias que atrasavam a trama e, violentamente, arrancavam-na do final esperado. Bruscamente, seus sonhos não tinham finais. Se fossem finais exagerados, altivos demais... Mas não. Eram finais comuns, embora especiais. Especiais pra ela, mas comuns a qualquer outro. Nada mais que cenas do cotidiano. E não alcançava-os. Em seus próprios sonhos, sonhava com os finais, almejava-os e imaginava-os, mas nunca chegava neles.
Ironia ou não, sua vida era igualzinha. Seus sonhos nada mais eram que a visão da realidade.
Ficara perplexa com tamanha constatação. Será que nem em sonhos poderia viver o final feliz? Não, não era um final de contos de fadas. Era o simples e cotidiano final, comum a qualquer um. Menos a ela. A mais simples cena do cotidiano não fora vivida nem mesmo em sonhos. Tristes sonhos sem fim.
Notara que seus sonhos eram sempre interrompidos. Sempre que os tinha, daquele tipo, o propósito da história nunca era completo. Não alcançava seu objetivo. O mais simples acontecimento era impedido por milhões de pequenas circunstâncias que atrasavam a trama e, violentamente, arrancavam-na do final esperado. Bruscamente, seus sonhos não tinham finais. Se fossem finais exagerados, altivos demais... Mas não. Eram finais comuns, embora especiais. Especiais pra ela, mas comuns a qualquer outro. Nada mais que cenas do cotidiano. E não alcançava-os. Em seus próprios sonhos, sonhava com os finais, almejava-os e imaginava-os, mas nunca chegava neles.
Ironia ou não, sua vida era igualzinha. Seus sonhos nada mais eram que a visão da realidade.
Ficara perplexa com tamanha constatação. Será que nem em sonhos poderia viver o final feliz? Não, não era um final de contos de fadas. Era o simples e cotidiano final, comum a qualquer um. Menos a ela. A mais simples cena do cotidiano não fora vivida nem mesmo em sonhos. Tristes sonhos sem fim.
domingo, setembro 18, 2005
quinta-feira, setembro 15, 2005
terça-feira, setembro 13, 2005
quarta-feira, setembro 07, 2005
Avesso
Queria dizer, mas não podia. Poderia dizer pra qualquer um, com naturalidade, menos pra ele. Continha-se. Era necessário. E pensava. Pensava se poderia acontecer o mesmo do outro lado. Se os agrados que não eram poupados à grande maioria o seriam propositadamente a ela. Talvez sim. Talvez não. Talvez não. Talvez não. Talvez não significasse nada, mesmo. Talvez não houvesse razão pra qualquer agrado.
Queria dizer, mas não podia. Poderia dizer pra qualquer um, com naturalidade, menos pra ele. Continha-se. Era necessário. E pensava. Pensava se poderia acontecer o mesmo do outro lado. Se os agrados que não eram poupados à grande maioria o seriam propositadamente a ela. Talvez sim. Talvez não. Talvez não. Talvez não. Talvez não significasse nada, mesmo. Talvez não houvesse razão pra qualquer agrado.
segunda-feira, agosto 29, 2005
sábado, agosto 27, 2005
Dormiu bem, mas teve um sonho tumultuado. Uma perseguição. Um louco queria lhe dar uma injeção letal. Ela fugia, corria, mas o rapaz sempre a alcançava. E ninguém a ajudava, parecia que aqueles tantos conhecidos nem a viam. Por fim, ela teve de defender-se sozinha. Por uma manobra divina, o rapaz acabou acertando a injeção em sua própria barriga. Morreu na hora.
Acordou. Do quarto ouvia o som de Enya que sua mãe pusera na sala. Músicas calmas, porém tristes. Viajou longe, longe. Um misto de sentimentos. Demorou a se levantar. Foi até o banheiro, ainda ao som de Enya, e enquanto lavava o rosto, pensava em seu futuro. Futuro? Que futuro?
Percebeu que tê-lo num vislumbre e não poder alcançá-lo não era de todo ruim. Ruim mesmo era não ter qualquer vislumbre. Tudo o que tinha era o presente, e nada mais. Dura realidade.
Parou. Chega de pensar. Foi até a sala, trocou o CD. Preferia mil vezes a singeleza das crianças traduzida naquele som infantil. Muito, muito o que aprender. Viver o hoje. O inflexível hoje.
Acordou. Do quarto ouvia o som de Enya que sua mãe pusera na sala. Músicas calmas, porém tristes. Viajou longe, longe. Um misto de sentimentos. Demorou a se levantar. Foi até o banheiro, ainda ao som de Enya, e enquanto lavava o rosto, pensava em seu futuro. Futuro? Que futuro?
Percebeu que tê-lo num vislumbre e não poder alcançá-lo não era de todo ruim. Ruim mesmo era não ter qualquer vislumbre. Tudo o que tinha era o presente, e nada mais. Dura realidade.
Parou. Chega de pensar. Foi até a sala, trocou o CD. Preferia mil vezes a singeleza das crianças traduzida naquele som infantil. Muito, muito o que aprender. Viver o hoje. O inflexível hoje.
quinta-feira, agosto 18, 2005
Fragmentos
::
Deixarei de ser analfabeta, finalmente. Terça começo no inglês. Será que tenho o dom de línguas? Veremos. Caso afirmativo, dá até pra arriscar o italiano, mais pra frente.
::
Quero viajarrrrrrrrr! Mas com quem? Perdi minha companheira. Só se eu me tornar uma mochileira, que tal? Hummm... sozinha é muito chato.
::
Não estou nada confiante. Acho que nem conseguirei ver todo o conteúdo até o final do ano. Mas não vou desistir. Irei até o fim. Tenho aprendido preciosas lições de perseverança, em muitos aspectos.
::
Deixarei de ser analfabeta, finalmente. Terça começo no inglês. Será que tenho o dom de línguas? Veremos. Caso afirmativo, dá até pra arriscar o italiano, mais pra frente.
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Quero viajarrrrrrrrr! Mas com quem? Perdi minha companheira. Só se eu me tornar uma mochileira, que tal? Hummm... sozinha é muito chato.
::
Não estou nada confiante. Acho que nem conseguirei ver todo o conteúdo até o final do ano. Mas não vou desistir. Irei até o fim. Tenho aprendido preciosas lições de perseverança, em muitos aspectos.
domingo, agosto 14, 2005
Incompreensões
Não compreendia. Era um gelo que doía profundamente. E um silêncio cortante.
Ah, o silêncio... nunca conseguira ouvir o que ele tinha a dizer. Odiava-o, apesar de ser uma pessoa calada. Sim, era quieta. Ausência de sons? Ah, essa sim, era bem-vinda, muitas vezes. Mas a ausência da voz do coração, nunca!
E quanto mais tentava, pior ficava.
Não compreendia. Era um gelo que doía profundamente. E um silêncio cortante.
Ah, o silêncio... nunca conseguira ouvir o que ele tinha a dizer. Odiava-o, apesar de ser uma pessoa calada. Sim, era quieta. Ausência de sons? Ah, essa sim, era bem-vinda, muitas vezes. Mas a ausência da voz do coração, nunca!
E quanto mais tentava, pior ficava.
quinta-feira, agosto 11, 2005
domingo, agosto 07, 2005
sexta-feira, agosto 05, 2005
terça-feira, agosto 02, 2005
Sopro
A caminho do consultório médico, passaria numa lojinha do centro, comprar uns CD's. Seguia tranqüilamente. Trânsito lento, mas não tinha pressa. Pelo menos não naquele dia. Preocupava-se apenas em encontrar uma vaga para estacionar. Sempre evitava balizas. Guardas de trânsito indicavam um desvio. Isso explicava a lentidão. Via apenas um aglomerado de pessoas, próximo à sua loja-destino. Deu a volta. Estacionou. Caminhava e ouvia os comentários. Ocorrera um assalto e assassinato. Não via nada, o corpo já tinha sido levado. Observava as pessoas, sem diminuir nem apressar os passos. Não perguntava nada. Entrou, comprou, saiu. Caminhava pensando no ocorrido. Via uma senhora, amparada por um policial, que chorava muito, soluçava. Continuava seu caminho, com uma dor no peito e uma forte certeza de que o ser humano não passa de um sopro. Frágil. Desprotegido. Carente de algo mais.
E aquele homem morrera na Rua da Boa Morte. Boa?
A caminho do consultório médico, passaria numa lojinha do centro, comprar uns CD's. Seguia tranqüilamente. Trânsito lento, mas não tinha pressa. Pelo menos não naquele dia. Preocupava-se apenas em encontrar uma vaga para estacionar. Sempre evitava balizas. Guardas de trânsito indicavam um desvio. Isso explicava a lentidão. Via apenas um aglomerado de pessoas, próximo à sua loja-destino. Deu a volta. Estacionou. Caminhava e ouvia os comentários. Ocorrera um assalto e assassinato. Não via nada, o corpo já tinha sido levado. Observava as pessoas, sem diminuir nem apressar os passos. Não perguntava nada. Entrou, comprou, saiu. Caminhava pensando no ocorrido. Via uma senhora, amparada por um policial, que chorava muito, soluçava. Continuava seu caminho, com uma dor no peito e uma forte certeza de que o ser humano não passa de um sopro. Frágil. Desprotegido. Carente de algo mais.
E aquele homem morrera na Rua da Boa Morte. Boa?
sábado, julho 30, 2005
Palavras
Sabe como é? Sabe aquelas palavras que você gostaria de proteger? Porque elas são tão importantes e especiais, você não quer deixá-las ao relento, expostas ao vento frio, para serem lidas por qualquer passante. Não são palavras quaisquer. Por que as pessoas olham com desdém? Por que analisam friamente? Por que não compreendem sua profundidade? Então você simplesmente prefere entregá-las a domicílio. Sim, naquela casinha aconchegante, lareira acesa, cobertor, chocolate quente. Protegidas de estranhos. E que o inverno fique lá fora.
Sabe como é? Sabe aquelas palavras que você gostaria de proteger? Porque elas são tão importantes e especiais, você não quer deixá-las ao relento, expostas ao vento frio, para serem lidas por qualquer passante. Não são palavras quaisquer. Por que as pessoas olham com desdém? Por que analisam friamente? Por que não compreendem sua profundidade? Então você simplesmente prefere entregá-las a domicílio. Sim, naquela casinha aconchegante, lareira acesa, cobertor, chocolate quente. Protegidas de estranhos. E que o inverno fique lá fora.
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