terça-feira, fevereiro 26, 2013

Tempo de adolescente

Esses dias me peguei lembrando de minha falecida avó Angelina. Ela tinha algumas manias e implicâncias, e me lembro bem que ela detestava a palavra bochecha. Não sei se ela achava que era um palavrão, mas ficava bem brava quando alguém usava essa palavra. E eu, só porque sabia que ela não gostava, ia pertinho dela e falava repetidas vezes: bochecha, bochecha, bochecha, bochecha! E saía correndo pra não levar bronca, hohoho. De toda forma minha mãe me dava um puxão de orelhas por ficar provocando a vovó, mas eu não ligava e não desistia das provocações.
Outra lembrança bem nítida eram nossas conversas sobre o futuro. Nada muito profundo ou elaborado, mas ela sempre me incentivava a estudar e ficava cheia de orgulho, com aquele ar de aprovação, quando eu planejava minha vida em etapas bem definidas: "vou terminar o colegial e entrar para a faculdade. Com 23 anos vou terminar a faculdade, arrumar um emprego, comprar um apartamento e depois me casar." Ela balançava a cabeça positivamente e dizia: "isso mesmo, é assim que se fala!"
É claro que a vida não é assim tão fácil como meu cronograma, e é claro que as coisas não saíram como eu planejei. Tirando a parte de terminar o colegial e já fazer faculdade, e terminá-la com 23 anos, o resto não saiu nem um pouco dentro do previsto. Cadê que fui uma mulher de sucesso com um empregão maneiro pra comprar um apartamento assim, de cara? Vai ver é por isso que ainda estou solteira. O apartamento tinha que vir primeiro, e ainda não veio. ¬¬
Olhando pra trás, tantas coisas aconteceram, tantas etapas vencidas, tantas fases surgidas no meio do caminho. E ainda tanta coisa pra viver, experimentar e aprender. Uma sensação de ter vivido tanto e quase nada. De ver os anos se passarem rapidamente lentos. De envelhecer por fora e ser menina por dentro.
Ah, esse t-e-m-p-o...

7 comentários:

Jon disse...

Compartilhamos a mesma sensação de planos não concretizados, moça. Mas que bom que existe o hoje. Quem sabe a gente escolha vivê-lo como sempre sonhou, mesmo sem ter tudo aquilo que o faria tão "perfeito" quanto no projeto. Talvez a gente até possa se sentir menos culpado né? rs

Rê Cabral disse...

Nem sempre a vida sai conforme o planejado, né? Ainda bem! Pq as surpresas são parte fundamental do nosso caminhar e nos mostram q o controle não está sempre nas nossas mãos, como achamos tantas vezes. :)

Vivi disse...

Pois é, né Jo? Rs.
Atualmente tenho escolhido viver um dia de cada vez, no que me compete. Às vezes parece até falta de entusiasmo, mas enfim... rs.

Rê, é verdade. Não posso deixar de sentir alívio também, ao olhar pra trás, e ver que algumas coisas não saíram como planejei, porque se saíssem, seriam um desastre, rs.

Beijos!
Vivi

um doce de maria disse...

O bom de relembrar o passado é saber q de alguma forma ele valeu a pena, e por isso, continuará fazendo valer a pena o q vier pela frente.

Amour =**

Vivi disse...

Caty:
:*

George disse...

Moça Vivi implicando!? Dificil imaginar, rsrs.

Priscila disse...

Ah, Vivi, também tinha planos que não aconteceram! Por outro lado, vejo que Deus cuidou de mim tão bem e me concedeu outras coisas tão boas!

Ainda que, aos 33 anos, eu não seja quem eu imaginava ser aos 13, percebo que Deus, em Sua infinita misericórdia, mudou totalmente o curso da minha história e me abençoou de forma maravilhosa, por isso sou grata a Ele.

E Ele é o Senhor da História, então, não podemos deixar de confiar e esperar com paciência... :)

Beijos!