Esses dias me peguei lembrando de minha falecida avó Angelina. Ela tinha algumas manias e implicâncias, e me lembro bem que ela detestava a palavra bochecha. Não sei se ela achava que era um palavrão, mas ficava bem brava quando alguém usava essa palavra. E eu, só porque sabia que ela não gostava, ia pertinho dela e falava repetidas vezes: bochecha, bochecha, bochecha, bochecha! E saía correndo pra não levar bronca, hohoho. De toda forma minha mãe me dava um puxão de orelhas por ficar provocando a vovó, mas eu não ligava e não desistia das provocações.
Outra lembrança bem nítida eram nossas conversas sobre o futuro. Nada muito profundo ou elaborado, mas ela sempre me incentivava a estudar e ficava cheia de orgulho, com aquele ar de aprovação, quando eu planejava minha vida em etapas bem definidas: "vou terminar o colegial e entrar para a faculdade. Com 23 anos vou terminar a faculdade, arrumar um emprego, comprar um apartamento e depois me casar." Ela balançava a cabeça positivamente e dizia: "isso mesmo, é assim que se fala!"
É claro que a vida não é assim tão fácil como meu cronograma, e é claro que as coisas não saíram como eu planejei. Tirando a parte de terminar o colegial e já fazer faculdade, e terminá-la com 23 anos, o resto não saiu nem um pouco dentro do previsto. Cadê que fui uma mulher de sucesso com um empregão maneiro pra comprar um apartamento assim, de cara? Vai ver é por isso que ainda estou solteira. O apartamento tinha que vir primeiro, e ainda não veio. ¬¬
Olhando pra trás, tantas coisas aconteceram, tantas etapas vencidas, tantas fases surgidas no meio do caminho. E ainda tanta coisa pra viver, experimentar e aprender. Uma sensação de ter vivido tanto e quase nada. De ver os anos se passarem rapidamente lentos. De envelhecer por fora e ser menina por dentro.
Ah, esse t-e-m-p-o...
7 comentários:
Compartilhamos a mesma sensação de planos não concretizados, moça. Mas que bom que existe o hoje. Quem sabe a gente escolha vivê-lo como sempre sonhou, mesmo sem ter tudo aquilo que o faria tão "perfeito" quanto no projeto. Talvez a gente até possa se sentir menos culpado né? rs
Nem sempre a vida sai conforme o planejado, né? Ainda bem! Pq as surpresas são parte fundamental do nosso caminhar e nos mostram q o controle não está sempre nas nossas mãos, como achamos tantas vezes. :)
Pois é, né Jo? Rs.
Atualmente tenho escolhido viver um dia de cada vez, no que me compete. Às vezes parece até falta de entusiasmo, mas enfim... rs.
Rê, é verdade. Não posso deixar de sentir alívio também, ao olhar pra trás, e ver que algumas coisas não saíram como planejei, porque se saíssem, seriam um desastre, rs.
Beijos!
Vivi
O bom de relembrar o passado é saber q de alguma forma ele valeu a pena, e por isso, continuará fazendo valer a pena o q vier pela frente.
Amour =**
Caty:
:*
Moça Vivi implicando!? Dificil imaginar, rsrs.
Ah, Vivi, também tinha planos que não aconteceram! Por outro lado, vejo que Deus cuidou de mim tão bem e me concedeu outras coisas tão boas!
Ainda que, aos 33 anos, eu não seja quem eu imaginava ser aos 13, percebo que Deus, em Sua infinita misericórdia, mudou totalmente o curso da minha história e me abençoou de forma maravilhosa, por isso sou grata a Ele.
E Ele é o Senhor da História, então, não podemos deixar de confiar e esperar com paciência... :)
Beijos!
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